terça-feira, 2 de agosto de 2011

Psicologia X Fé

           Existem algumas teorias que apareceram no meio evangélico que, tiveram uma aceitação tão grande, que se transformaram em 'verdades', e quero falar de uma delas hoje, que é a rivalidade de "fé" e "psicologia".

          Já ouvi vários relatos de pessoas dizendo que, conheceu gente que fez psicologia e virou ateu... Ou até mesmo pessoas que depois que começam a fazer psicologia começam a questionar a Deus e etc...
          Eu não faço faculdade de psicologia mas me aprofundo em livros que tratam deste assunto, vamos antes de fazer qualquer comentário entender mais ou menos do que trata a psicologia, essa ciência que 'conflita com os ensinamentos da igreja':

          Na verdade, não existe "psicologia" em si, mas "psicologias" e "vertentes da psicologia". De acordo com cada uma dessas vertentes, o objeto de estudo sofre alteração. Uma linha dela se preocupa em estudar mais propriamente a mente, outra, se foca mais no estudo do inconsciente, outra no estudo do comportamento, mas, o que ocorre no geral é estudar o ser humano além do organismo físico, sem esquecer o organismo físico.
          No curso, os alunos se concentraram em estudar diversas matérias que tratem do funcionamento do aparelho psíquico, sobre comportamento, personalidade, teorias específicas como psicanálise, gestalt, behaviorismo, psicologia social e etc... além de matérias como antropologia, sociologia, filosofia, fisiologia, neurofisiologia e etc...
          A psicologia é uma ciência, com as peculiaridades de uma ciência que estuda algo que não pode ser pego e apalpado, mas que pode ser manipulado em laboratório, dependendo da linha teórica com a qual se trabalhe. Enquanto ciência, ela embasa seus postulados em pesquisas que buscam testar hipóteses acerca do funcionamento de diversos fenômenos humanos.
          
          Uma das dúvidas que as pessoas geralmente têm em relação à psicologia é se ela não é fundamentada em princípios espíritas, principalmente por conta de teorias que se tornam populares através de mídias como filmes. A psicologia não se fundamenta em princípios religiosos, nem cristãos nem espíritas. Inclusive práticas religiosas não devem ser misturadas com psicologia (o psicólogo não pode usar suas crenças religiosas em nome da psicologia).
          Algumas poucas teorias têm uma percepção do ser humano bem próxima da visão espírita de ser humano, e por conta disso suas práticas não são muito adequadas a psicólogos cristãos, mas estamos falando de teorias específicas, e não da psicologia como um todo. Ao longo do curso essas teorias são passadas de forma superficial. O aprofundamento fica por conta do aluno que se dispõe a estudar mais a fundo ou até mesmo fazer um curso de especialização.

          Existe realmente uma coisa que encomoda alguns cristão que está presente no curso (Mas a psicologia não é o único estudo que carrega isso) que é a presença forte do evolucionismo e a descrença em Deus. Grande parte dos psicológos realmente são evolucionistas e não acreditam na existência de Deus.
           A religião é criticada por alguns, analisada como fenômeno social por outros, e aderida por alguns outros psicólogos, por conta disso, discussões sobre ciência x religião podem ser muito comuns dentro de um ambiente acadêmico de psicologia. Contudo, é possível sobreviver a estas discussões e inclusive sair enriquecido das mesmas!

O que eu acho importante ressaltar, é que as dificuldades que um cristão pode encontrar num curso de psicologia, são as mesmas que ele poderá encontrar em outros cursos, pois ela é uma ciência e trará questões comuns a ciência.
          Algo que me chama atenção forte na psicologia, é que tanto o aluno como o educador tendem de se afastar de julgamentos morais e preconceitos ao lidar com as pessoas. Isso pode ser ruim ou bom, depende de como a pessoa irá canalisar esse ensinamento. Eu acredito que seja bom, pois aprendemos a ver as pessoas como realmente são, sem preconceitos, e isso nos ajudará a ajudar a pessoa de alguma forma. (A psicologia neste caso, ensina um fundamento cristão, que é o de não julgarmos as pessoas erroneamente.)
          Claro que, existem pessoas que pegam esse ensinamento para defender um certo liberalismo, ou, defendem para si mesmo comportamentos que sejam errados (falando como cristão) que eles pratiquem e não querem largar, como disse, vai depender da maturidade da pessoa, não é uma culpa da matéria em si.

          Enfim, o psicologo pode atuar em várias áreas, como consultórios, consultoria organizacional, RH, psicologia juridica, psicologia hospitalar, podem fazer parte de equipes que atuam em catastrofes, enfim, nada que impede o 'psicologo' de ser missionário, pastor, etc...

          Nós provamos a Deus que somos fiéis, não quando deixamos de fazer uma matéria que dizem "errada para um cristão", mas quando não o negamos onde quer que seja, seja numa aula de psicologia, filosofia, no emprego que temos e etc...
          Um coração disperso separa o homem de Deus, já cheguei a ver pessoas que questionaram a própria fé em curso de teologia, então, quando a pessoa não está verdadeiramente firmada em Deus, não é preciso muito para afasta-la de Deus, agora, quando a pessoa é firme em Deus, é preciso muito mais que um curso academico para afasta-la de sua fé.


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